terça-feira, 19 de outubro de 2010

A C O R D A

Noite de sonhos malucos. Roncos, soluços...
Soluções à vista, nunca! Pesadêlos... Pesam, sim!
Dinheiro falso, Dinheiro fácil.
Nada é fácil.
Nadar é fácil. Morrer na praia pra mim foi difícil.
Cartazes de cartela, ácida por felicidade.
Avisos de cautela, Avisos indecifráveis.
Contas à vencer... Pecados à pagar,
Contas aqui...
 
- Paga-se alí, sim?!
Acordei assado, assim: frito e mal pago.
E mal me acho (de me encontrar)
E não encontro o que quero achar.
- Essa de realidade!
UM SALTO!
- Cigarrinhos, favor fechem-se sozinhos!
- Enxague-se roupa! Seque-se roupa!
- Sim, claro (!) O botão da camisa preta...
 
O banheiro pra lavar também!
- Lixo, por favor, Já pra fora!
- Ácaros, seres invisíveis e derivados... Vcs tem cinco minutos para desocuparem este território!
- Louça, lave-se e Enxugue-se sozinha, querida.
 
Limpe-se vc mesma geladeira! Já é bem crescidinha – Lamba-se sozinha!
Grande e fria!
- Compras, acomodem-se! Fiquem à vontade...
 
Mas cuidado com as baratas.
- Talheres... já pra gavetinha!
NUNCA ME ESCUTAM! QUE COISA!
- E você, Doutor Espelho... Você é uma coisa...
Pra variar aí parado, me olhando...
Pois sei, de óbvio cíclico, que tudo sempre volta ao normal.
- É tudo sempre igual.

"a nossa personalidade social é uma criação do pensamento alheio"
Marcel Proust - No Caminho de Swann, pg 16


Donde concluo que um dos ofícios do homem é fechar e apertar muito os olhos, para confiar (chorando e com o pé atras) no outro 'semelhante'... pobre ser humano errante.
Pobre mesmo.

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